A pré-campanha para o governo da Paraíba ganhou contornos mais complexos após o rompimento do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que anunciou sua saída do Progressistas e sinalizou disposição para disputar o Palácio da Redenção em 2026.
O movimento reconfigura o tabuleiro político e expõe vulnerabilidades na candidatura governista de Lucas Ribeiro, vice-governador e nome escolhido pelo grupo do governador João Azevêdo.
A princípio, a chapa governista está desenhada: Lucas Ribeiro ao governo, João Azevêdo ao Senado e o prefeito de Patos, Nabor Wanderley, na segunda vaga para a Câmara Alta.
A equação garantiria o apoio de Hugo Motta e dos Republicanos, consolidando a aliança de sustentação ao atual governo.
No entanto, a saída de Cícero desmonta parte dessa lógica, especialmente por se tratar do prefeito da capital, com alto potencial de mobilização eleitoral e peso simbólico para a disputa.
O risco mais evidente para o governismo é a fragmentação interna.
Além da candidatura de Lucas, há resistências declaradas, como a de Adriano Galdino, presidente da Assembleia Legislativa, que também se lançou pré-candidato ao governo, mesmo sem respaldo formal de seu partido.
Somada read more a isso, a dissidência de Cícero abre uma frente competitiva dentro da base, fragilizando a imagem de unidade que a aliança governista busca projetar.
Na prática, o rompimento de Cícero tem probabilidade alta de impactar diretamente o desempenho governista, de aproximadamente 45%.
O prefeito de João Pessoa pode atrair apoios regionais e consolidar-se como ponto de convergência da oposição, onde já despontam nomes como Efraim Filho, Pedro Cunha Lima e Romero Rodrigues.
Mesmo que não haja consenso opositor, a simples presença de Cícero retira votos preciosos da base em João Pessoa e amplia a percepção pública de desorganização interna. A perda para a base governista pode ser de até 20%, levando a disputa invariavelmente para o segundo turno.
Outro fator crítico é a composição da chapa governista, formada exclusivamente por homens, o que abre espaço para críticas em relação à representatividade de gênero. A pressão por inclusão feminina na majoritária deve crescer e, se não for respondida com clareza, pode tornar-se um flanco vulnerável na comunicação eleitoral.
Diante desse cenário, a maior probabilidade de impacto está na perda de coesão da base governista e no fortalecimento de uma candidatura competitiva da oposição ancorada em João Pessoa. Se confirmada, essa dinâmica pode reduzir as chances de Lucas Ribeiro herdar o capital político de João Azevêdo e transformar a eleição em um pleito mais aberto e polarizado, com amplas chances de vitória da oposição.
Nas palavras de João: "Cícero deu a oposição a chance de sonhar com a vitória!".